Os exercícios de diálogo entre teologia e literatura devem levar em consideração os seguintes aspectos:
1. A literatura é uma fonte de revelação do universo humano;
2. A literatura possui reflexão teológica própria explícita ou latente;
3. A literatura é uma via de expressão dos conteúdos da fé;
4. Como disciplinas, teologia e literatura estabelecem entre si correspondência temática.
Assim o diálogo transparece nas correspondências da literatura. Na Poesia de Vinícius de Moraes, a seu próprio modo, apresenta-se uma crítica profética sobre a violência da guerra, no poema “A Rosa de Hiroshima”, ou “A Bomba Atômica”, ou ainda “Balada dos Mortos nos Campos de Concentração”.
Percebe-se também na poesia viniciana críticas na forma poética relativas ao campo social, especialmente no que se refere à opressão e a dominação ideológica e política, pela discussão dos temas que envolvem o afastamento da casa ou do lar causado pelo exílio, como por exemplo o poema “Pátria Minha”, ou então a partir das desigualdades sociais descritas no poema “Operário em Construção”.
Encontra-se também nos poemas de Vinícius a reinterpretação da realidade mediante releituras particulares de textos bíblicos, como em “O Dia da Criação”, ou em “O Filho do Homem”.
